Para Manoel de Barros II
fevereiro 23, 2011
O por-do-sol é mais nuvem do que sol.
Me contaram que eu era surdo.Eu respondi que era mudo.
A fome se comeu, depois ficou saciada.
Ventos não gostam de fotos.
Quando a saudade aperta, folgo o cinto.
Suei um banho.
Um dia a dentadura estava triste e não coube na boca.
O relógio estava com preguiça de estar na hora.
Eu sei voar quando nado.
O lençol é a capa dos sonhos.
Uma queda depende muito do humor da gravidade.
A história é a certeza que erraremos de novo.
A música coloriu a árvore de pássaros.
Inventaram o parador de tempo, só não ligaram ainda.
A grama nunca cresce sozinha.
Um rio me vestiu de água.
De tanto olhar o espelho ele foi dormir e eu nem percebi.
O livro contou a minha história de mentira.
O poema não sabia que era uma pedra.
Ou a pedra não sabia que era poema?